O carro será o cigarro do futuro
Autor: Dr Ney Cavalcanti. Médico Endocrinologista,
ex Professor da Faculdade de Medicina.
Esta previsão foi
feita pelo urbanista brasileiro Jaime Lerner, que revolucionou a mobilidade da
cidade de Curitiba. O seu modelo modificou radicalmente o transporte daquela
cidade, privilegiando ao máximo o coletivo e as suas ideias estão
sendo cada vez mais implantadas em cidades brasileiras, e mundo a
fora.
Em sua opinião
chegará o tempo, que você poderá continuar usando o seu carro, no
transporte urbano, mas as pessoas ao seu redor se irritarão. Pensando bem, o
uso do automóvel como transporte individual é um dos piores exemplos
de desperdício.
Transportando na
quase totalidade dos casos apenas um passageiro, ocupa o espaço como que cinco
fossem os seus ocupantes. Alem disso, tem um depósito, a mala, quase sempre
vazia. Por conta disso,
consomem combustível e poluem o ar e o transito, como se a sua
lotação fosse completa. Resultado apesar de transportar apenas cerca de 15 %
das pessoas nas cidades, ocupam mais de 80% do espaço das ruas e avenidas.
Relação custo-benefício
inaceitável. Em muitos países, a posse de um automóvel ainda é sinal de
“status”. Quem ainda não tem o deseja. Os pertencentes a
classe econômica mais privilegiada, principalmente os novos ricos, são os que
desejam demonstrar a sociedade seu poder aquisitivo. Escolhem carros cada vez
maiores e de marcas famosas. Resultado: poluem mais o ambiente e o transito.
Muitos também
valorizam que eles sejam os mais rápidos. “O meu carro faz de 0 a
100 km em 6 segundos”. Tanta rapidez para
trafegar nas cidades, cujas velocidades médias
são inferiores a 30 km/hora.
Um escritor
Italiano Ross Dawson, tem opinião semelhante a de Jaime Lerner
quanto ao automóvel .
“Um dia vamos olhar
para trás. e interrogar como foi aceitável permitir poluir por tanto tempo.
Deveremos agir como hoje pensamos com o cigarro, apresentando restrições cada
vez mais rigorosas para o seu uso”
Os veículos são
responsáveis por grande parcela da emissão dos gases poluentes. Eles poluem
mais que todas as residências e fazendas americanas juntas.
A primeira impressão
era que o carro elétrico iria resolver o problema, afinal ele não emitem gases
poluentes. Ledo engano.
Em muitos países a
eletricidades para o seu funcionamento é obtida através da queima dos poluentes
combustíveis fosseis. Por conta dessas e de varias outras razoes, o
prestigio do automóvel vem caindo nos Estados Unidos. A imagem símbolo dessa
decadência é a cidade de Detroit. Na década de 70 tinha mais de 2 milhões de
habitantes e era uma das cidades mais prosperas daquele pais. Hoje tem menos de
700 mil, e a sua prefeitura teve a sua falência decretada.
O grande marco da
involução da indústria automobilística é a General Motors. Durante décadas
ocupou o primeiro lugar no “ranking” das indústrias dos Estados Unidos. Hoje o seu lugar é
apenas o sétimo. Desde 2001 os números de quilômetros percorridos pelos carros
vem diminuindo. Cerca de 20% dos jovens americanos não tem carteira de
motorista. Por conta disso, a juventude daquele país que não dirige, dobrou
entre 1983 e 2013.
Em varias cidades ida
ao trabalho já é feito a pé, ou de bicicleta, por mais de 10% da população. O prefeito de Nova York , construiu nos
últimos anos 450 kms. de ciclovias.
A redução do uso de automóveis decorre
não só dos problemas que acarreta no transito e da sua ação deletéria sobre a
qualidade do ar.
Existem outros fatores:
1) Mudança do estilo
de vida, Em décadas anteriores o objetivo era ter casas grandes para comportar
as grandes famílias e que fossem
afastadas dos grandes centros, aonde se iria de automóvel.
2)A maioria das
mulheres não trabalhava.
3) Os vínculos de
trabalho eram duradouros Hoje a preferência da maioria é morar perto dos
serviços que utiliza: trabalho, educação, saúde, comprar, lazer, etc. A
extinção do automóvel, obviamente não acontecerá brevemente, porem a diminuição do seu uso
continuará.
A esperança é que a tecnologia invente uma
forma mais inteligente de transporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário