Vinte mil mulheres apanham
todo dia no Brasil
Quase 20 mil mulheres
(59% das 32 mil que relataram casos de violência no primeiro semestre deste
ano) são agredidas diariamente em casa. Os números fazem parte de um balanço da
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, vinculada à Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
Em 70% dos casos, o agressor é o marido ou companheiro da vítima. E se forem
considerados os demais vínculos afetivos – como ex-marido, namorado e
ex-namorado – o percentual vai a 89%.
Ainda de acordo com os números, em 66% dos casos de agressão os filhos e filhas
presenciam a cena. Dos mais de 2 milhões de atendimentos registrados desde
2006, 329.256 foram enquadrados na Lei Maria da Penha. As informações estão na
edição de hoje (9) do jornal Estado de Minas.
“O número é alarmante, no entanto quero reforçar que a Lei Maria da Penha
possibilitou visibilidade maior dos crimes, pois até seis anos atrás eles não
eram tão visíveis, apareciam só nas páginas policiais e agora estão bastante
divulgados", afirmou a ministra Eleonora Menicucci.
Criado em 2005, o serviço oferece “escuta” e “acolhida” às mulheres em situação
de violência. De acordo com a secretaria, somente em 2012, foram 388.953
atendimentos. A média diária é de 2.150 por dia.
Em seis anos de vigência da Lei Maria da Penha, houve 2.714.877 atendimentos. A
violência física ocorreu em 196.610 casos relatados. Dos atendimentos
realizados neste ano, 25.232 mulheres registraram qual foi o “risco sofrido”. Do total, 52%
apresentaram risco de morte e 45,6% de espancamento.
Em Minas Gerais
O Estado mineiro registra uma média de 280 denúncias a cada 100 mil habitantes
neste ano, ficando em 14º lugar no país. “Na esfera penal, a Lei Maria da Penha passou
a estabelecer penas mais severas. E houve um avanço também nas medidas
protetivas”, avalia o juiz Elexander Camargos Diniz, da 15ª
Vara Criminal de BH. Ele considera que a lei trouxe mais publicidade e
incentivou as mulheres a denunciar.
Em BH, 43.258 processos relativos à lei transitam em três varas especializadas.
No restante do Estado esse tipo de ação corre nas varas criminais comuns.
Na 15ª Vara, uma das três no Estado que contam com um centro integrado de atendimento
à mulher, tramitam, sobre a matéria, quase 25 mil ações.
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