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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Cinto de castidade no Rio Grande do Sul



Em Ijuí (RS) um caso de uso obrigatório de cinto de castidade


A crueldade praticada originalmente na Europa, na Idade Média também torturou jovem mulher gaúcha de 25 anos. Ela era obrigada a usar uma bermuda presa na cintura por um cinto com cadeado. 

Quem conhece a fundo a história forense de Ijuí (RS) sabe de detalhes minuciosos de fato inusitado, ali ocorrido em dezembro de 1977, quando aportou no foro uma denúncia contra um homem.
 
A esposa dele, na época com 25 de idade, atividades do lar, casal sem filhos, procurou o Ministério Público para revelar e pessoalmente mostrar que seu cônjuge, professor municipal, também com 25 de idade, a obrigava a usar um “cinto de castidade”. A imposição ocorria sempre que ele saía e a deixava em regime de cárcere privado.
 
O promotor de justiça relatou na denúncia que "o varão obrigava sua esposa a usar uma bermuda presa na cintura por um cinto com cadeado, além de maltratá-la". 
 
Prosseguiu o agente ministerial: "ouvida na repartição policial pela escrivã, na presença do delegado, a vítima disse que, ao sair para dirigir-se à escola onde ele dava aulas, seu marido colocava uma tira de papel junto ao cinturão e à bermuda, além de lacrar portas e janelas da residência e fechá-las por fora com cadeado". 
 
Em Juízo, a mulher revelou que "havia três anos, o denunciado vinha obrigando a vítima a usar diariamente essa espécie de bermuda, confeccionada por ela mesma, a partir de modelo desenhado por ele, a partir de uma ilustração obtida em livros antigos".
 
Ela também contou que "o ciúme de seu marido era tanto que ela não podia tirar o cinto de castidade nem para ir ao banheiro; isso só seria possível se ele estivesse em casa". 
 
Na área penal, o homem foi condenado; no cível, a ação de separação judicial litigiosa terminou por consenso. Recentemente, uma mexida em velhas gavetas na redação de um jornal local trouxe de volta à realidade algumas cópias de fotos do cinto de castidade atrelado à bermuda, versão ijuiense.
 
Na sentença, o juiz escreveu que "o uso do cinto de castidade se tornou uma cruel forma de castigo, por pura crueldade ou até por sadismo pervertido, como uma injusta forma de controle feminino, que nos tempos da Idade Média teve até aval religioso e aceitação em conventos, mosteiros e outras instituições religiosas e sociais".


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