ONU
diz que 10% dos homicídios mundiais ocorrem no Brasil
O dado está em relatório
inédito sobre prevenção global da violência; segundo documento, 475 mil pessoas
foram assassinadas no mundo em 2012 e 47 mil no território brasileiro; na
Europa, o total de homicídios foi de cerca de 10 mil.
Relatório
sobre prevenção global da violência. Foto: ONU/Sophia Paris
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Cerca
de 475 mil pessoas foram vítimas de homicídio em 2012, sendo que as Américas
foram a região com o maior índice a cada 100 mil habitantes: 28,5%.
Os
números são um dos destaques de um relatório inédito sobre prevenção global da
violência, divulgado esta quarta-feira por três agências da ONU.
Foram
133 países analisados, incluindo o Brasil. O estudo cita mais de 47 mil casos
de homicídios no país em 2012, cerca de 10% do total global. O resultado é
muito maior que os 10 mil casos registrados em países de baixa e média renda da
Europa no mesmo ano.
Conjunto de Leis
O
relatório traz ainda o índice de consumo de álcool per capita entre adultos
brasileiros, que chega a ser de 8,7 litros em média. A nível global, apenas um
terço das nações estão implementando iniciativas de larga escala para prevenir
a violência. E apenas metade aplica por completo um conjunto de leis neste
sentido.
Segundo
o relatório, o Brasil implementou totalmente as leis contra o casamento
infantil, contra a mutilação genital feminina e contra o abuso de idosos. Mas o
país aplica parcialmente outras, como a lei contra armas nas escolas, contra o
estupro dentro do casamento e contra a violência sexual.
Mulheres
A
nível global, uma em cada quatro crianças sofre abusos físicos; uma em cada
cinco meninas já foram abusadas sexualmente e uma em cada três mulheres foi
vítima de violência física ou sexual cometida pelo próprio parceiro.
Leis
contra o estupro existem em 98% dos 133 países avaliados e 87% tem leis contra
a violência doméstica, aponta o estudo. E metade das nações avaliadas têm
programas para evitar violência contra a mulher.
Saúde Mental
Menos
de um quarto dos países tem campanhas de informação pública para prevenir
abusos de idosos. Metade e também metade tem projetos nas escolas para ensinar
as crianças.
Sobre
serviços de saúde mental para as vítimas da violência, as Américas são a região
que tem a maior proporção de países que oferecem a ajuda: 71%.
O
estudo foi publicado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, Programa da ONU
para o Desenvolvimento, Pnud e Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
As
três agências destacam que as consequências da violência física, mental ou
sexual muitas vezes permanecem ao longo da vida da vítima e podem até contribuir
para casos de câncer, doenças do coração e Aids.
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